Ana... na real!: "Senti que ela queria"

domingo, 20 de setembro de 2009

"Senti que ela queria"

Recebi um comentário e decidi quebrar o roteiro dos post's.
Primeiro, queria dizer a Kelly que não precisa colocar nome completo nem dizer de onde é. Você também é inesquecível. Não precisa de apresentações.

Falava ontem das minhas histórias e quando disse das 'feridas' me lembrei da história que contarei abaixo. A Kelly, que postou o comentário, viveu comigo muitos momentos maravilhosos e me acompanhou em outros bem tristes. Porém, esta acredito que nem conheça do meu prisma...

...

Era dia dos namorados, há uns 5 anos atrás. Três casais na sala assistindo "Hulk". Não era o programa mais romântico do mundo, mas como sou um pouco 'menina-moleque' estava me divertindo. Eu era a mais velha da turma. Namorava um rapaz mais novo, assumi seus amigos como meus e criei meus próprios vínculos com cada um. Hoje chamaria aquelas meninas carinhosamente de "monstrinhas"! rs Me via nelas... Já tinha passado daquela idade e gostava de acompanhar seus caminhos de perto. Eram lindas, decididas e fortes. Os meninos também eram lindos, mas não tão fortes e bem pouco decididos. Eram sim amados e muito.

De repente, tudo mudou! Um deles saiu sem dar explicações e logo voltou com vendas para os nossos olhos. Nos colocaram no carro e nos levaram em silêncio. Nem preciso dizer o quanto estava brava! Só de pensar que nosso destino poderia ser restaurante ou um lugar mais sofisticado, sem nos dar chance da tão cara produção feminina, fiquei perturbada. Descemos do carro, nos conduziram até um lugar fechado e quando nos tiraram as vendas, estávamos na sala de jantar da casa de um deles. A mesa produzida, cheia de flores, velas, guardanapos e mensagens escritas em corações de papel espalhados por todos os ambientes. O perfume do jantar já tomava conta. Diziam ter preparado tudo sozinhos, o que não era verdade, mas não importava. Parecia um sonho... Lindo, perfeito... As horas que se seguiram foram pautadas por muitas declarações de amor... O clima era até juvenil, de um romance inocente.

Nossos olhos brilhavam com as lágrimas de alegria e surpresa. Cada um fez sua homenagem e um dos rapazes tirou do bolso uma caixinha, contendo um par de alianças. O clima ficou ainda mais doce e feliz... mas meu coração se despedaçou... Chorei, não consegui explicar e o meu namorado não conseguiu descobrir a razão.

Alimentei um sonho durante muito tempo. Sonho infantil, podado pela maturidade, pela coerência, por achar que não deveria pedir nada e sim deixar acontecer. Sonhava com uma aliança. Já namorávamos há mais de 3 anos, tínhamos planos concreto de casamento, mas esse 'detalhe' me fazia falta... Coisa de mulher, acho.

Lembro que dias depois procurei aquele rapaz, que na época tinha menos de 18 anos, e perguntei porque a presenteou com uma aliança se fazia tão pouco tempo que estavam juntos e eram tão novos. A resposta foi clara: "Senti que ela queria". Ele não era nenhum príncipe encantado, só estava atento aos sonhos de menina da sua namorada...

Esse sonho morreu em mim naquele dia.

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É... Essa é uma das minhas feridas escondidas. Felizmente, irrelevante...

Um comentário:

  1. Me lembro bem daquele dia...me lembro também muito bem dos dias que se seguiram após e de cada sonho, cada sentimento sendo despedaçados com o tempo. Mas, como você mesma disse: hoje, "felizmente, irrelevante".

    Kelly

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