Ana... na real!: Coleciono história, a minha própria.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Coleciono história, a minha própria.

Dizer dos meus privilégios soa como arrogância, mas tenho tantos e tão incríveis... Não devo negá-los! Repito para quem quiser ouvir que o dia que encarar o fim da vida não terei o direito à tristezas, somente à agradecimentos.

Sim... tenho mágoas, ressentimentos, feridas na alma, sonhos não realizados. Não os escondo nem os nego. Reconheço seu valor na construção do meu caminho. Somente através deles pude ter a percepção do que é essencial e único, e me tornei capaz de viver o dia, tirando dele aquele silêncio que só a felicidade plena nos permite. Cometi erros, mas passaria tudo novamente, quantas vezes fosse necessário.

Agradeço porque tenho oportunidade de viver histórias maravilhosas... para lembrar, contar, escrever, sonhar... Para mim, isso é viver!

Não há uma coisinha siquer que guardo que não tem uma história... de amor, de carinho, de amizade, de coragem, de paixão. Objetos transformados em símbolos, amuletos, frascos com a essência de um momento.

...Fotografias na parede contam alegrias, aventuras e ousadias. Os traços descrevem os sentimentos mais íntimos sem uma palavra siquer.
...Roupas que não canso de usar porque são figurinos do maior dos teatros.
...Agendas em caixas fechadas, escondidas de mim.
...Pedaços de papel dobrados e envelhecidos com os segredos do meu coração, com os sonhos que vivi e com a realidade que sonhei.
...Um quadro, uma amizade cúmplice, uma vida que se foi e deixou a beleza numa imagem sensual, mergulhada em misteriosas reflexões.
...Um dragão que não é meu, mas que guarda o que tanto quero.
...Livros, CD's e DVD's com dedicatórias - escritas ou não.
...Duas espadas, duas histórias, dois amores.
...Presentes que carregam energia e poder.

Coleciono história, a minha própria. Se não posso ter um objeto que represente a felicidade vivida, fecho os olhos e deixo que as imagens sejam impressas no meu coração, vez após outra, tornando-se impossível de esquecer.

Sinto que muito ainda não aconteceu... A história não acabou. Cada dia é um papel em branco. Talvez por isso acredite nos sonhos... Porque é neles que desenho minha realidade, aos poucos, com cuidado, riqueza e profundidade. Acontecendo ou não, atribuiem brilho aos meus olhos, e me ajudam a encarar cada instante como importante, como um traço meu.

Quem sou eu senão minha história? É o que mais amo e prezo. É o que faz de mim a mulher que sou. Como não valorizar isso com todas as forças?

A benção suprema seria tornar eternas algumas dessas histórias, com a sucessão de outras igualmente intensas, com a mesma pessoa. Isso sim eu sonho! Ter momentos tão sublimes sempre ao alcance das mãos... De forma a poder tocar, cuidar, amar, pra sempre, sem limite e sem receio.

Viver o amor em plenitude com aquela leveza de quem acredita que nunca vai acabar. Utopia talvez... Mas quem nos impede de sonhar?

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