Ana... na real!: julho 2010

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Amor é Fogo que Arde sem se ver

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Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

(Luís de Camões)


Um super final de semana pra vocês... com muito amor.

Deixar fluir...

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Terça agora fui treinar. Para quem não sabe, treino aikidô (arte marcial japonesa) e tem um tempinho razoável já, o suficiente pra saber que não sei nada.

Enfim... Fui treinar. Precisava.

Só quem pratica uma arte marcial entende essa necessidade. É bom até pra TPM. Um santo remédio. Não é um mero exercício físico. Se fosse, nem faria. Exercício por exercício tem uma infinidade por aí que são até mais "simples", "descomprometidos" e nem doem tanto. Sempre fui meio maluca por academia mesmo, qualquer uma, inclusive.

Precisava...

Precisava me centrar... me observar, de dentro pra fora. O tatame tem esse poder. Lá não dá pra fingir ser outra pessoa, nem pra você mesmo, nem quando é tudo que você mais quer. Impossível. Ninguém consegue fingir quando passa dos próprios limites e todo treino passo dos meus. Todo. Se não for uma superação física, é mental. Terça foram os dois.

Sensei advertiu quanto ao turbilhão que acompanha a faixa preta. Ele estava, mais uma vez, certo. Tentei me preparar pra isso, mas fracassei. Não funciona bem assim quando você olha e sua vida está de pernas pro ar. Até meu treino mudou... quer dizer, parece ter se perdido! Ainda não cheguei no ponto que o shodan reajusta seu centro (ou o descobre). Vi meus amigos quando chegaram lá antes de mim... Lembro que alguns eram tão desengonçados quanto eu hoje. Vi, analisei, pensei, mas tinha a ilusão de que estaria preparada pra esse momento. Bobagem!

Meus wazas não encaixam, meu movimento está travado, não consigo deixar fluir... Quem treina comigo sente. Alguns conseguem só criticar (mesmo que não falem nada) e, digo, não ajuda, só atrapalha. Outros... respeitam e sentem...

Acho que já escrevi sobre isso aqui... Gosto de gente que sente!

Terça meu waza me entregou... Meu companheiro no caminho marcial (Sergião) sentiu... Meus golpes estão impregnados de uma força imensa e totalmente desnecessária, truncada até, vontade de fazer acontecer a qualquer custo! Costumo dizer que tento usar uma força que não tenho (ou melhor, "acho que não tenho", como já me corrigiram).

Fluir... Respirar... Esvaziar a mente... Concentrar... Meditar... Tudo isso virou meu desafio! Tudo que deveria ser simples, não é mais. Descalça naquele tatame, não existe nada entre o que sou e o que demonstro. Ali eu me expresso, grito, choro e tudo faz parte do crescimento.

Precisava treinar, treinei e digo mais... treinei para ouvir o Sergião dizer: "Deixa fluir..." e ele estava falando da minha vida, não do meu treino.

Bora deixar fluir, galera! Lembrando que não é fácil, É TREINO!


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Sabedoria de avó

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Minha avó materna (dona "Bielinha", como meu avô a chamava) dizia pra tomar cuidado quando se ri demais porque depois de risos em excesso sempre veem as lágrimas. É... cruel essa sabedoria; sempre achei cruel.

Ontem a felicidade era evidente, transbordava. Eu estava radiante, cheia de energia, de ideias, de confiança. Era o dia dos 50% de SIM (achei). Acho que ri demais e as lágrimas molharam meu travesseiro já de madrugada.

Agora? Hora de reverter a percepção... transformar o NÃO do mundo no meu SIM... e ir pro próximo passo.

Desejo a todos uma sexta-feira fantástica, pra começar o final de semana com TUDO DE MELHOR NO MUNDO!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Teimosia minha de cada dia

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"Vale a pena viver - nem que seja para dizer que não vale a pena..." Mário Quintana


Existe um pequeno problema em ser assim... TEIMOSA. Pra mim, o problema é pequeno. Pro restante do mundo é tão absurdo que fico pensando com os meus botões se um dia vão me convencer disso... (resposta da reflexão: não.)

Meu problema é arriscar, teimar em tentar, teimar em acreditar... Teimar, teimar e teimar! Quando teimo, descubro sempre que posso fazer mais, que há mais para desenvolver, que minha capacidade em aprender é estimulante. Dizem que a necessidade faz o ladrão... Então... gosto da ideia de trabalhar com as necessidades e buscar as alternativas. Surge cada ideia show (e outras péssimas)!

Lembro sempre da sensação da primeira vez que desci um rapel, dentro de uma caverna, no PETAR... Pendurada na corda, segurando como se minha vida dependesse só daquela força toda que até machucava minha mão, olhando pra baixo, pro breu total, certa de que quando soltasse dali "já era"... Arrisquei e adorei! Deu no que deu... vício! rs

Quebro a cara? Xiiiii! Um milhão de vezes!!! Mas não posso dizer que não tentei, que não apostei. Não paro no meio... Nunca poderei dizer que desisti e não descobri se daria certo... Não posso porque não faço. Se meu coração está ali, debruçado no que quer que seja, lá está meu esforço, meus pensamentos, minhas energias.

Parece absurdo até encarar a vida como uma constante jogada, um lance de erro e acerto, com 50% de SIM e 50% de NÃO. Filha de pais contadores (não de história) e irmã de um economista, essa porcentagem é risco demais pra qualquer investimento, mesmo porque pensam sempre nos 50% de NÃO. Eu, ao contrário, me concentro nos 50% de SIM. São esses que me dão alegria, que me motivam, que me fazem crescer (não em estatura porque isso só os saltos altos resolvem, no meu caso) e sorrir.

Olha... Se as minhas contas (de cabeça, mesmo porque planilha eu não faço mesmo...rs) não me traem, saio no lucro. Confesso que é mais raro a vida me dizer SIM, mas quando diz... ahhh... vale uns 1000000000%!!! Quando diz NÃO, dou um jeito de reverter e virar um SIM pro aprendizado, pro próximo passo, pra próxima etapa, mais consciente e experiente. Se não fosse assim, pra que viver, não é? Se não fosse pra aprender... que graça teria?

Teimo e tento sempre. No final, posso até dizer que "isso ou aquilo" não valeu a pena, mas DESCOBRI e isso já vale muito!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A idade de ser feliz, Mario Quintana

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Existe somente uma idade para a gente ser feliz.

Somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-los,
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida
e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores.

Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio
é mais um convite à luta que a gente enfrenta
com toda disposição de tentar algo novo,
de novo e de novo, e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE,
também conhecida como AGORA ou JÁ
e tem a duração do instante que passa.


Mário Quintana, em A Recreativa (encartada na última Revista da Cultura).

Texto extraído do Digestivo Cultural, do meu caro amigo Julio.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Deus existe?