Ana... na real!: 2012

terça-feira, 1 de maio de 2012

Saldo dos 34




Há quem se surpreenda com meu entusiasmo diante dos aniversários. Deve ser difícil compreender que, para mim, é dia de agradecimento, de reflexão, portanto, de alegria. O passar dos anos não me entristece, prefiro vê-los como novas oportunidades de errar menos. Quando digo que não há nada melhor do que ter mais do que 30 é porque ainda não sei o que é ter mais do que 40. Quero fazer 100 anos comemorando! 


Aguardei ansiosamente a chegada desse 26 de abril, em especial, porque tinha consciência da missão de me encarar de frente, refletir sobre quem me tornei e reposicionar a rota. Descobri muitas coisas no espelho... Os anos ensinam muito a quem está atento. Algumas lições nem consigo aprender, mas o tempo não desiste e eu me esforço. O legal é saber mais sobre você, descobrir que é essa a vantagem da "tal" maturidade. 


Tenho algumas certezas... 


Sei que faço parte de um grupo restrito, o de pessoas boas. Não vejo arrogância em declarar isso já que tenho sim preocupação em fazer o bem a todos, sem excessão, e ser ainda melhor para os que amo. É minha alegria provocar covinhas de sorrisos nos rostos alheios. Até quando o meu coração não está sorrindo, saber que provoquei felicidade me alivia a alma. Gosto de ser assim, me faz bem.


Se nunca fui ligada em "status social", agora sou menos ainda! Basta prestar atenção no desenrolar da existência para ver que dinheiro não compra caráter, que beleza não garante amor, que fama não reserva paz e, como sempre digo, o mundo gira! Não há inteligência em se gabar de coisas que podem passar. 


Aprendi a falar menos, ouvir mais e observar. Passei a valorizar meu lado "caxias" porque pouca gente faz o que é certo simplesmente porque é isso que precisa ser feito, e eu faço, ainda que cause estranheza. Aprendi a escolher melhor com quem partilhar meus pensamentos e não disperdiçar sentimentos. Hoje invisto em qualidade de amigos/amores e não em quantidade. Poucos e valiosos são os que refletem nossa alma. 


Entendi, depois de muitos anos e dores, que não devo desculpas ao mundo, mas ele a mim; que não preciso agradar as pessoas o tempo todo para que me amem, afinal, não se "pede" amor; quero apenas ser autêntica e agir de acordo com o que é correto e que representa meu coração, abrindo as portas para surpresas agradáveis...


Pode soar contraditório, mas... saquei que não devo "viver" para ajudar os outros e nem pedir que me ajudem. É um erro pensar que posso "salvar" quem quer que seja; apesar de estar sempre disposta a caminhar ao lado de quem estimo, não sou responsável por carregar ninguém. Cada um escolhe seu caminho e suas pedras. Sou responsável pelas burradas que fiz, como cada um é pelas suas. O que devo fazer sim é aprender, errar menos, assimilar os golpes e "desviar" de outros com exatidão de movimentos, além de levantar sempre de cabeça erguida e permanecer alerta. 


Pouco me importa o que pensam sobre mim, importa mesmo o que eu penso sobre a forma que conduzo meus dias. Esse é um ponto bem importante na pessoa que me tornei e define muitos outros aspectos. Não dou satisfações, apenas a Deus e à minha própria consciência. O tempo me ajudou a enxergar que não preciso, pois, quem me ama não me cobra, me acompanha. 


O que mais dói de tudo que li nas marcas do meu rosto é que errei muito com o meu próprio coração. Errei nos relacionamentos... Errei principalmente em assumir responsabilidades que não eram minhas, em poupar mesmo que por amor, em aliviar conflitos e sofrimentos necessários para o crescimento, em colocar em segundo plano meus anseios, em deixar ir quem amei porque preferi libertar a dizer que não queria que fosse... Errei em sempre fazer o que os outros queriam, nunca o que EU queria. Essas atitudes tornou a vida dos meus amores mais leve sim, porém, a minha mais pesada. Dói, mas aprendi. Ao menos agi, não é mesmo? A diferença é que agora sei que agi errado, o que torna a mudança possível. Hoje sou a melhor mulher que já pude ser e agradeço essa oportunidade.  


Bom ter a certeza de que não é egoísmo pensar em mim, nos meus sonhos, planos, necessidades e prioridades; é sim responsabilidade pela minha vida! E quem tem mais responsabilidade do que eu? Ninguém. 


Saldo positivo?! Não sei... Sei que bem feito, bem desenhado e limpo para seguir o caminho.  


...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sentimentos controversos

Hoje é um dia estranho, de sentimentos controversos. Todo 23 de abril acordo me perguntando se gosto ou não desse dia. Queria mesmo que fosse depois do meu aniversário, mas não... a vida é assim, momentos de aprendizado constante. Não adianta querer ou não, é desse jeito maluco que acontece. 


Hoje é o dia do aniversário do meu velho. 




Cada um tem com seus pais a relação que lhe compete. É particular demais. Da minha parte, nunca pude dizer que "Deus é Pai"; pra mim é "Mãe". Porém, sendo do jeito que for, tenho um pai e é por causa dele que tenho prédisposição a perdoar com facilidade, relevar até o que ninguém releva e caçar o lado bom das pessoas (sempre encontro). Se são qualidades ainda não sei dizer, ao menos sei que me ajudam a compreender os outros. Ele é o detentor do gatilho de várias das minhas reflexões e devo agradecer, pois é através destas que me conheço e 're'conheço melhor.


Meu pai é um cara legal, divertido, trabalhador, esforçado, inteligente, charmoso e somos irronicamente parecidos em muitos pontos. Quase metade da minha vida lhe dei parabéns por telefone, mas sempre vou desejar que seja feliz e aprenda mais sobre a vida. Ele tem defeitos? Ok... Também tenho. 


Bjo, pai!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Ciclos de vida - versão 2012

Abri mão de escrever em 2011, da mesma forma que fiz com várias outras coisas essenciais para o meu bem estar, em detrimento de outras, essenciais para meu desenvolvimento forçado em outros setores da vida, nos quais não via tanta perspectiva até então. Agora alguns dias de 2012 se passaram e chegou a hora de organizar as letras por aqui...

Olhar para trás (ou para baixo, no caso) e mergulhar novamente no espírito do post do Natal passado, é um choque. Só assim para explicar meu sentimento. Um choque. O sentimento era tão diferente no final e início do último ano. Tão intenso e tão bom...

Diferente do ano anterior, 2011 foi pesado. Não é justo dizer que foi ruim porque foi, como era previsto pela próprio ciclo da minha vida, ano de definições e mudanças profundas - estas nunca são fáceis. Geralmente doem bastante. A sensação era como se tudo tivesse saído do lugar de uma vez e exigisse reorganização, muito aos poucos; um quebra-cabeça gigante, cheio de pecinhas pequenas soltas que não entregavam qual seria a paisagem montada. Isso não é ruim, só não é simples.

Lembro quando completei 33 anos e meu Sensei disse que eu deveria me cuidar muito porque seria o ano mais "perigoso" e que eu não seria mais a mesma aos 34. Estava certo; ele sempre está. Não vejo a hora de chegar ao tão esperando dia 26/4/12! Como será o encontro diante do espelho?

2011 matou muitas das minhas ilusões mais insistentes. Tudo aos cacos. Nem dá pra dizer que foi um terremoto porque tinha bem mais cara de demolição, denotada intencionalmente. Se levar em consideração que em alguns casos só demolindo para reconstruir, era a única possibilidade mesmo. A teimosia já me atrapalhou muito. Agora nem ela tem espaço. Perdi referências e fui obrigada a ver tudo de outra forma. Como diz minha cara amiga, srta. Palmejane*, lá fui eu, me reinventar. Penso ser isso que melhor sei fazer de tantas vezes que já foi necessário.

*(A Albenice, ou srta. Palmejane como gosto de chama-la, é uma das amigas que mais quero agradecer pela presença, amizade, carinho, compreensão, disposições e tudo o mais no ano que passou. Somos mais fortes e melhores juntas, não é, minha amiga?)

O problema de qualquer reforma é saber o que fazer com o que restou: os entulhos, as falhas de fundamento, o lixo do porão. O que mais incomodou foram os que nem consegui tocar. Ficaram lá, problemas anunciados mas quietos. Nem os resolvi, nem olhei para eles. Pioram, sempre, mas não tinha estrutura ainda para encara-los. (Essa "desculpa" não tenho mais)

Li um dia desses que "Não vemos as coisas como são, mas como nós somos" (Anaïs Nin) e concordei. Ainda bem que esse texto me encontrou agora e não na hora que as paredes estavam caindo, pois agora posso ver meu caminho com esses novos olhos. Não olhos de ano novo, e sim olhos de nova pessoa, nova mulher, nova profissional, nova...

Se me perguntassem a metáfora que descreve minha forma de ver a vida, diria que a vida é um CAMINHO. Estou nele com mais consciência e mais maturidade. Não ficou mais fácil, mas ficou mais real, nítido. Nesse caminho mais recente, tenho que agradecer muito... Tenho medo de pecar e não citar alguém, mas alguns não posso economizar meus sentimentos diante da importância no meu ciclo de mudanças.

Não é fácil dividir as pessoas por áreas da vida, afinal, elas se misturam, mas vou arriscar...

Família é sempre família e falo do núcleo mais íntimo. Minha mãe, meu irmão e minha cunhada foram, mais do que em qualquer outra fase da minha vida, parceiros, próximos, presentes. Mais do que sangue, muito amor, muita compreensão, muito apoio. Sem vocês eu não teria suportado, nada. Obrigada por serem parte de mim. Amo vocês!

Amigos do caminho... Dos que faziam parte do dia-a-dia, ficaram apenas os mais insistentes, mais cabeça-duras, mais compreensivos. Ah! "ficar" não significa, nesse caso, ficar perto, e sim, permaneceram amigos e não julgar nem apontar, independente de qualquer coisa, independente do meu humor (ou falta dele), minha distância, meu mundo ruindo longe deles. Esses são sempre guerreiros e são únicos. Deles não me esqueci um dia siquer, apesar de não ligar, não dar sinal de vida, e ainda aparecer como fantasma vez por outra e sumir do mesmo jeito, sem muitas palavras, sem muitas confidências. Os demais entendo que tenham se afastado, afinal, eu também escolhi isso. A lista poderia ser muito maior, mas vou destacar apenas o meu Sensei Marcelo, o casal do meu coração, Caetano e Lu, e a minha irmã-monstro Flavinha. Com vocês, não me senti "fora da casinha" momento algum, mesmo quando estava, de fato. (Amo todos e espero que me perdoem por citar tão poucos) E não se preocupem... O aikidô é parte de quem eu sou, minha essência, e estou de volta ao tatame!

Amigos de labuta...rs Nesse caso é que acho que as coisas se misturam bem, tipo massa de bolo. Não são colegas de trabalho, são amigos também. Quando caí aqui na agência, caí "empurrada" por um amigo que a vida me trouxe de volta (e agradeço muito por isso), lá da infância - o Ti (nem me interessa como os outros te chamam...rs), logo caí na responsabilidade de outra doida que virou amiga e até confidente e era pra ser só gerente, a Ca, que teve uma puta paciência comigo e me integrou na equipe. Tive ajuda "externa" também...rs ligava pro Duda de 5 em 5 minutos pra perguntar TUDO e ele pacientemente desvendou esse mundo de termos que só existem nesse universo publicitário! Ele não faz parte de um "grupo" só na minha vida e mais do que me ajuda...rs Ele é parte de todos os processos que passei em 2010, sem excessão.

Pensa... Não posso dizer que sabia o que era uma agência de publicidade, muito menos desse porte. Tinha era um monte de preconceitos e receios. Sabe o que encontrei? Um time de coração bom, guerreiro, dedicado (demais, inclusive), jovem e desafiador. Gente que vale a pena conhecer, conviver e aprender junto.

Minha parceira 100% do tempo aqui me ajudou a ser parte disso tudo de verdade (Obrigada, ! Você é essencial!), me ensinou, me ajudou, se tornou amiga mesmo, companheira. Se não fosse ela, teria saído correndo nas primeiras semanas. Certeza! Tínhamos dois fantásticos assistentes também, meus meninos Cipri e Patrick! (inesquecíveis, mas nos abandonaram! rs) Logo a convivência forçada e intensa, afinal ninguém sai daqui nunca, me trouxe grandes amigas, a Camis e Aninha - aprontamos até juntas! E entre idas e vindas, gente entrando e saindo toda hora, veio o André botar ordem na bagunça e conquistar mais do que espaço no trabalho, conquistou também minha amizade e meu respeito. É chefe, né, gente... mas chefe diferente. ;) As amizades só se ampliam aqui... Bréd, Paulinha, Pri, Mi, Gabi, Paula, Caio, Cadu, Ti, Otavio, Mari, Su... Quanto mais o povo aguenta ficar (e não é pra qualquer um), mais se une, mais nos conhecemos. Realmente é outro mundo, outra realidade, mas é tudo gente, humanos, amigos, de carne e osso, com sonhos e necessidades como todos os outros. Vocês fizeram mais parte do meu ano velho do que qualquer outros, me viram feliz, triste, chorando sentada na mesa, aprendendo, alcançando, e conquistando. Vocês merecem meu agradecimento especial! Obrigada, time!

E ainda tem duas figuras novas na minha vida, na verdade, quatro. Dividir o teto (e o condomínio também) com amigas é, no mínimo, diferente de tudo que já tinha vivido. Agradeço a Carol, a Nara, a Nat e a Deia por tudo, toda a ajuda, paciência e companhia, aprendo todos os dias com vocês. Obrigada!

Começo 2012 em outra "pegada"... Descobri que coisas que eu quero muito não posso ter agora e insistir só vai me fazer mal, mas outras eu posso e terei. São escolhas. Algumas escolhas a gente parece que nem faz, só aceita, só que eu quero escolher. Terminei um ano difícil com conquistas interessantes, mais bonita (modesta eu, né? rs mas me dediquei a isso e não vou fazer de conta que não é importante pra mim porque é; só reflete que estou me priorizando, me cuidando e está me fazendo bem) e mais feliz com a pessoa que estou me tornando. Ninguém vai me segurar nem me derrubar, nem eu mesma.

Os primeiros dias do ano foram bons pra colocar coisas em prática, não em promessas. Voltei a treinar, a ler, a escrever. Olhei de frente meus sonhos - aqueles que só fiz ignorar e jogar no canto da gaveta -, meus planos, minhas necessidades, meus sentimentos. Também encarei o terror da minha vida financeira e vou colocar tudo nos eixos sim, a qualquer "custo". Uma providência por dia. Será assim, até ter paz novamente. Não vou desistir de mim nunca.

Desejo um ano sublime, profundo, transformador e poderoso para todas as pessoas que amo. Quero estar junto de vocês.

Bjo no coração.