Ana... na real!: março 2010

quarta-feira, 31 de março de 2010

domingo, 28 de março de 2010

Shodan - O início


Parece contraditório, mas meu exame ontem para Faixa Preta de Aikidô (Shodan) foi o MARCO DO INÍCIO - início do caminho, início da compreensão diante tudo que aprendi até hoje dentro do tatame e que refletiu em cada instante da minha vida.

Meu sensei já tinha antecipado como me sentiria antes do Shodan e ele estava certo. De forma inexplicável e surpreendente, os meses que antecederam esse marco foram de mudança profunda e definitiva, como se a vida estivesse se encaixando, encontrando seu centro, como se as muitas perguntas que carregava no coração fossem enfim respondidas. Momentos de encontro: comigo mesma, com meus sentimentos, com meus sonhos. Reconquistei o brilho nos olhos e a fé em ser plenamente feliz. As dúvidas transformadas em certezas. Algumas bem duras e complexas, mas necessárias, como a compreensão do que é realmente importante e a clareza ao escolher as pessoas que continuarão (ou não) comigo no caminho daqui pra frente...

Um verdadeiro período de crescimento e consolidação de princípios.

Ainda não sou capaz de falar sobre o meu exame em si e acredito que nem serei em tempo algum porque a emoção foi bem mais forte do que o esforço, determinação e empenho de cada movimento realizado. Emoção maior do que é possível explicar. Não me lembro de nada... Lembro apenas do olhar firme da minha ukê, Carlinha sensei (...que honra fazer o exame com ela!), e da emoção ao ouvir os aplausos dos amigos ao redor quando o exame chegou ao fim. Somente neste momento retomei a consciência e entendi que a etapa acabava ali e que começava outra muito mais importante...

Ouvir o sensei falando sobre mim, minutos antes de me dar a faixa preta, fez com que um filme passasse diante dos meus olhos. Foram anos de superação, de descoberta sobre mim mesma, de coragem ao encarar o que eu definitivamente não sabia fazer, de lutar dentro e fora do tatame para conquistar o que é mais precioso: o autoconhecimento.

No início, tinha como objetivo ser o orgulho dos que me ensinaram. Achava que era o objetivo mais nobre, afinal, apesar de não precisarem de mim, sempre me quiseram por perto, lutaram por mim, me defenderam, acreditaram, sempre viram a Ana que eu mesma não conhecia até chegar aos meus próprios limites e descobrir do que sou capaz. Porém, ontem, tinha no coração a certeza de que faria o exame por mim e por mais ninguém. Entendi que já tinha conquistado há muito tempo o orgulho, o carinho, o amor e o respeito de todos que estavam ali porque tive por eles o mesmo sentimento durante esses anos. Eles observaram de perto toda a minha transformação, eles me conhecem. O exame foi, sim, uma festa em comemoração a isso tudo... Foi um presente que conquistei com cada gota de suor, cada explosão de dor, cada lágrima contida, cada alegria pela superação. Não senti medo, senti responsabilidade e não fugi dela, como não fujo de nenhuma das minhas escolhas, como encaro os meus sentimentos, sonhos e até os meus medos. É parte do crescimento pessoal reconhecer nossa face humana... e identificar a divina.

Escreveria a vida toda se tivesse a pretensão de agradecer a todos os personagens desse meu caminho... São tantas histórias, foram tantas lágrimas e tantas alegrias! Impossível ser justa quando existe o desejo de agradecer aos que me proporcionaram chegar ao momento em que coloquei a faixa preta na cintura... mas vou tentar... Peço perdão aos demais, mas preciso falar de três pessoas em especial...


Agradeço ao nosso sensei, Marcelo. Foi seu carisma e sua energia que mantiveram viva em mim a vontade de treinar aikidô mesmo depois de anos sem contato e me trouxeram de volta para não mais sair. Você não pode imaginar que homem iluminado ele é! Sensei de aikido e de vida, sensível aos nossos sentimentos de tal forma que até nos assusta. Ele sente... tudo... de alguma forma... Ele é o coração do nosso dojo, o coração Takemussu Aiki. Sem ele, essa história não poderia ser contada, porque foram as lutas que travou que fizeram esse caminho possível para cada um de nós. É presente, atento e dono de uma energia impressionante. Forte em suas convicções e exemplo de guerreiro. Obrigada, Sensei... Muito obrigada!

Agradeço, do fundo do coração, ao sensei e amigo Daniel Melero. Não foi apenas o sensei que me ensinou a cair, a levantar, a encarar quem quer que fosse e que "aumentou minha capacidade pulmonar" (como ele gosta de dizer). Foi o sensei que me deu apoio e se tornou um amigo para todas as horas (mesmo!). Foi o amigo que não me deixou ir embora... que me segurou quando a emoção queria falar mais alto do que a razão... que foi duro para me chamar a atenção inúmeras vezes para as verdades da vida e me ajudou a enxergar quem eu sou... que me ensinou muito e provou que sua juventude não o impede de ser um homem de valor! Obrigada, Dani... Sua discípula aqui deve muito a você.

Agradeço ao meu sensei, amigo e médico Luis Melero. (êh família de malucos maravilhosos!) Posso dizer que se você passa por ele, é capaz de passar por qualquer coisa na vida! E não estou exagerando. Homem de grande valor, difícil de entender e fácil de amar. Espanhol de coração enorme, um monstro de lições de vida! Passei por ele para, ontem, receber um abraço apertado e a declaração de que estava orgulhoso de mim... Inesquecível!

Obrigada por me ensinarem o que é BUDÔ... Obrigada por tornarem possível o momento que vivi ontem. Nunca vou me esquecer, nunca.

Registro também meu agradecimento sincero às minhas "irmãs-monstro", Carla e Flávia. Com a Carlinha fiz meu exame e para homenagear a Flavinha estava com unhas vermelhas e impecáveis! Monstrinhas sim, mulheres e femininas sempre! rs Agradeço também às minhas monstrinhas Cinthya e Tasciane. Vocês são meu orgulho e a amizade de vocês meu bem precioso. Precisava falar das meninas, não é? rs

Finalizo abrindo meu coração...
Pela primeira vez, a solidão não me acompanhou no exame... Eu não estava sozinha... Meu coração estava completo, pleno e feliz.
Obrigada, meu amor... Obrigada por fazer parte da minha vida, obrigada por fazer a diferença e por ser exatamente como é.


Agora... o Caminho continua!!!

domingo, 21 de março de 2010

"N", por Nando Reis

"Sim", por Nando Reis

Espatódea...

.
..
...

"Não sei se o mundo é bom
Mas ele ficou melhor
Quando que você chegou
E perguntou:
Tem lugar pra mim?"

(Espatódea, Nando Reis)
...
..
.

"...Longe dos olhos e dentro do coração..."

.


...SAUDADE... Palavra curiosa e sem tradução...

Será somente privilégio nosso saber o que significa? Será que alguém consegue defini-la plenamente?

A saudade traz de volta sensações, perfumes e sabores. Tudo está ali... Basta fechar os olhos que tudo vem à tona.

Tem poder milagroso sobre os sentimentos... os mantém em processo de maturação, de crescimento, de descoberta. Saudade remete à distância e à ela só o que é verdadeiro e forte sobrevive. Não é qualquer sentimento que pode ser, assim, colocado à prova.

A saudade mantém os momentos vivos dentro da gente, como se tempo não existisse... (na verdade, não existe para quem sente... nem tempo, nem distância...)

...Deitar e ainda sentir o calor e o cheio do outro... Levar consigo a imagem de quem se ama e encontrá-la sempre nos mesmos lugares onde estiveram juntos... Rir sozinha de uma situação que volta, nítida, à mente no meio do dia e ser capaz de desenhar o mesmo sorriso na lembrança... Reviver as sensações diante das palavras ditas olho no olho, dos carinhos e cuidados, com o mesmo amor que nos causaram... Sentir o mesmo arrepio toda vez que ouve a voz, que sonha, que pensa no outro... Ser capaz de cuidar do amor, com cuidado tão delicado que surpreende e encanta o nosso próprio coração e transforma tudo... todos os dias...

Pode até parecer vilã, vez por outra, quando parece nos cortar o coração, mas não é assim essa tal de saudade... Ela é combustível para suportar as dificuldades e nos manter atentos ao que nos é mais importante.

Agora... se nossa saudade não é solitária... se o outro sente o mesmo, se nos dedica tanta atenção e tanto cuidado quanto nós... ahhhh... aí sim a saudade se torna companheira dos sonhos mais queridos e nos renova a cada lembrança. Sentir junto é tão importante quanto estar ali, do lado, segurando as mãos. Quantos por aí não estão de mãos dadas e vidas separadas? Vejo tantos que dividem o teto e nem se recordam o que os levou até ali, não se completam e nem se enxergam. Não quero, de forma alguma, fazer apologia à distância, mesmo porque não gosto dela. Quero apenas ressaltar que o sentimento é mais importante sempre, ele que é capaz de vencer todas as barreiras.

A saudade é, hoje, minha companheira e sei que está louca para ir embora e me deixar com o meu amor... Ela não quer ficar ao nosso lado porque conhece o brilho dos nossos olhos quando estamos juntos e ela, a saudade, é humilde em sua pequenez... sabe que é apenas uma fase e que felicidade já existe porque é mais forte que ela.

Repetindo sua frase, mor (tadela do meu pão)... "Agarra e não solta. A gente volta".

terça-feira, 9 de março de 2010

Miss Imperfeita

Gosto quando encontro pessoas capazes de ver as coisas como são!

(Texto na Revista do Jornal O Globo)

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias.

Cinco dias!


Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.'

Martha Medeiros - Jornalista e escritora

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher

Recebi de uma amiga muito, muito, muito, muito querida. Obrigada, Luiza! Pelo texto e por tudo.

Mulheres são tecelãs,
Tecem sonhos com fios de lágrimas...
Tecem vidas em suas barrigas
Com esperanças e alegrias infantis.
Mulheres são feiticeiras,
Inventam magias e encantamentos.
E atraem e cativam com um simples olhar.
Mulheres são meninas,
Acreditam em príncipes e finais felizes.
Mulheres são guerreiras,
Enfrentam a luta com galhardia.
E não esmorecem mesmo quando cansadas.
Mulheres são sabias.
Trazem em si toda a sabedoria do mundo
ao repartir entre os filhos, o pão, o carinho e o próprio tempo.
Mulheres são especiais.
Mulheres são seres próximos dos Deuses.
Mulheres são mães.
A mais perfeita tradução do mistério da eternidade da alma.
(Rita Licks)

Feliz Dia Internacional das Mulheres!
Feliz Todo Dia das Mulheres!
Por que ser mulher é um grande desafio
Que todas nós ousamos ser
Que todas nós ousamos vencer.
Parabéns para todas nós!


Parabéns a todas as leitoras do blog!

sábado, 6 de março de 2010

Um dia em Sampa

São Paulo é uma cidade, no mínimo, curiosa. Aqui tem gosto pra tudo. Não importa se sua certidão de nascimento te torna um paulistano, importa apenas que aqui todas as pessoas encontram seu nicho, seus lugares, seus cantos e encantos. Tanto é verdade que nossa Cidade da Garoa está empanturrada de gente! (o ponto negativo de tudo isso, claro!)

Cada uma de nossas esquinas contam histórias do mundo todo, mesmo as mais simples. Imagine as famosas, como a Ipiranga com a São João, cantada até em nossa música (nem tão) popular!

Com tanta exuberância e glamour, Sampa parece exigir muitos dos maravilhados cidadãos. Os desavisados ou desatentos pensam que somente com dinheiro, e muito dele, para aproveitar tantas opções. De certa forma, até é verdade, principalmente se a busca for por luxo, conforto e status, mas... se não for, prepare-se! São Paulo é a cidade das opções!

Se me permite uma única sugestão... O principal para iniciar a maratona por nossas avenidas, ruas e vielas é ter uma boa companhia! Isso sim não tem preço e nem todo o dinheiro do mundo é capaz de bancar. Companhia garantida e coração aberto para viver sem frescuras são os ingredientes essenciais. Lógico que se você descolar um "bilhete único" e uns trocados os pés agradecem! rs

Como filha dos encantos paulistanos, me dou ao direito de contar o melhor dos roteiros, num dia perdido no meio do carnaval, com uma tranquilidade surreal.

Primeiro passo: Metrô!

Já prestou atenção no metrô? É... Já olhou para as pessoas e observou suas emoções? São pessoas, não figurantes, sabia? Cada um ali tem uma vida, uma história, às vezes, até mais interessante que a sua! Posso dizer que no metrô vivi esse dia com tanta alegria que merecia um livro todinho e, o mais legal, é que só nós dois sabíamos... um momento só nosso. O anonimato chega a ser instigante...

Gosto de praticar a observação... Aprendo muito, e admito que depois desse dia me tornei ainda mais atenta, mais fascinada com a capacidade humana de se expressar, de demonstrar o que sente. Fico olhando e imaginando as milhares de momentos reunidos em um único trem... Assim como eu, naquele dia, tinha meu momento... Bom pensar isso! A gente valoriza mais o espaço dos outros.

Nosso metrô é um show à parte, suas estruturas, sua diversidade, sua gente. Aqui vale (quase) tudo: dormir, comer, se arrumar e, certamente, divagar, refletir, até chorar. Rir, cochichar confidências, brincar, namorar, beijar (discretamente, claro, pra não provocar a imaginação alheia - rs). Muitas vezes, a diversão começa ali... Lógico que conforto não é o forte do ambiente, mas sempre há algo de bom pra retirar da situação.

Segundo passo: Passeio cultural no Memorial da América Latina.

Tudo bem que a intenção era ver a Taça da Copa do Mundo e esquecemos do detalhe de conferir a data da exposição. Detalhe... rs... Mas o passeio é sempre valioso por lá. Você se sente tão pequeno ali naquele pátio amplo, naqueles salões de pé direito alto, entre aquelas peças de arte moderna simplesmente fantásticas, mergulhados no silêncio de reverência à arte. Só que ainda acho bem mais divertidos os comentários inevitáveis diante das obras mais estranhas do mundo... (Lógico que você não deve arriscar dizer nada se não estiver com a melhor das companhias, viu? Vai que o indivíduo se escandaliza com seus sacrilégios! rs)

Olha... a manhã estava linda demais, uma luz natural divina e um calor dos infernos!!! Ou seja... ou nos hidratávamos bem ou um desmaiava rapidinho no asfalto estalando. O próximo passou ficou óbvio: BEBIDA!

Pensa que nos deixamos levar por qualquer refrigereco dos camelôs do centro da cidade? Que nada! Nossa bebida estava em lugar marcado, já definido e tão esperado. Uma casa de sucos no meio do centro, perto do metrô República, uma quadra, nem isso. Pensa num corredorzinho perdido entre tantos prédios, com frutas para tudo que é lado, e aquele povo que fala tão rápido que você acha sinceramente que é outra língua, ali do seu lado tomando um suco natural que chega a ser indecente de tão bom. Ah! Não é um copo de suco, é uma jarra! Tem que ser bom de gole. rs

Além da delícia natural dos sucos, basta esticar um pouquinho o ouvido pra ter um verdadeiro ataque de risos! Olha o papo...

Um homem do nosso lado, com um menino de seus quatro anos sentado no balcão conversando com o outro, funcionário do lugar. Do nada uma frase num dialeto qualquer desse país de meu Deus:

- Zé, é seu filho?
- Não. É seu. Tô cuidando dele enquanto você trabalha.


Pensa! M-O-R-R-E-M-O-S DE RIR! Engasgar ali era até vantagem diante da resposta original do colega de suco. rs O outro nem respondeu nada depois dessa, né? Mesmo porque estávamos vermelhos na tentativa fracassada de esconder a gargalhada e ninguém mais sabia como agir. Engolimos o restante das nossas jarras e bora pra rua!

Próximo passo (depois de muitos passos): Avenida Paulista

Tem avenida mais gostosa de andar do que a Paulista? Hum... Duvido, viu... Tem de gente engravatada até os bichos-grilo espalhados. O clima é diferente por lá... O tempo nem passa direito. Naquele dia não foi diferente... ao contrário... Se não fossem os pés sinalizarem que estava na hora de parar, teríamos andado mais ainda. A sorte foi a última parada estar próxima: LIVRARIA CULTURA do Conjunto Nacional.

Quem já passeou por suas prateleiras sabe o que estou dizendo... É um mundo à parte. Nem combina com o restante. Uma "Terra do Nunca" para quem sabe o valor de um bom livro e o prazer escondido em cada página. Estou sempre lá... Certamente a livraria que mais gosto. Só que foi a primeira vez que compartilhei essa sensação... que curti aquele lugar... daquele jeito. Ganhou outro significado, confesso.

...ufa... Que dia maravilhoso!

Não disse que em boa companhia, com um toque único de bom humor e desprendimento, essa cidade vira um fascínio?! É diversão garantida. Este foi só um dia... Outros dias contam outras histórias... Como cada um tem a sua, tenho as minhas e faço questão de cuidar bem delas... É minha forma de marcar minha estrada com coisas eternas. E você? Já tentou fazer o mesmo? Felicidade custa pouco e está nos momentos e em mais nada. Experimente... garanto que vale a pena!