Andava confusa pelas ruas, sozinha com meus milhares de pensamentos, contemplando a lua, sentindo a brisa fresca no rosto e lembrando do sonho que tive noite passada...
Foi reflexo da tristeza que me incomodou durante o dia anterior e que ainda não descobri a origem. A sensação de solidão era tão forte que chegava a doer! O sonho chegou para me trazer conforto... Havia um menino no meu colo dormindo e sentia a respiração de um homem perto do meu rosto, me apoiando em seu peito. Silêncio, contemplação. Não sei quem eram, somente os amava. A dor se dissipou com um simples delírio, uma fantasia, porque representava, para mim, segurança emocional e física. Acordei e permaneci na cama refletindo sobre os meus sonhos íntimos e nos meus segredos...
Quem não os tem?
Bons são aqueles que produzem felicidade só de atravessar nossos pensamentos, mesmo quando já se passaram anos. Aqueles que a gente guarda à sete chaves e que adora lembrar, deitada na cama, entre sorrisos solitários.
Outros, porém, produzem lágrimas e dor. São secretos porque não queremos que ninguém saiba de tanto que nos machucam. As feridas na alma são levadas até o final da vida e apenas o tempo nos ensina a conviver com elas e usá-las como fortaleza, com o propósito inocente de proteção. É mais fácil escondê-las; ninguém sabe o que vai no coração de uma mulher.
Mas... e quando essas feridas estão também no corpo?
Vi lágrimas nos olhos de uma amiga e hematomas escondidos. O coração ferido e humilhado por um homem covarde, a quem ela já dedicou muito amor, pai dos seus filhos, com quem teve histórias felizes e que hoje é protagonista do seu desespero. Sonhos destruídos, autoestima abalada, sensação de impotência e fragilidade. Não consigo me acostumar com esses relatos! Meu sangue corre de raiva pelas veias. A covardia não pode permanecer impune.
Como agredir quem não pode se defender? Não há justificativa. Era o amor que deveria direcionar as atitudes em um casamento, não a violência. A compreensão e o respeito que deveriam traçar os caminhos. Dói saber que serão para ela segredos de dor. Ela só queria ser feliz, como eu também sonho...
Até onde sonhos como o meu são possíveis? Só não quero perder a fé...
Tenho meus segredos. A maioria são felizes, mas não todos e preciso vencê-los, um a um, em cada experiência. Hoje me sinto mais forte, mais preparada e poderia me defender de qualquer agressão... Diferente do passado.
Lamento que não seja possível emprestar segurança...
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