Ajeitando as velas

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Os ventos mudaram e está na hora de ajeitar as velas.

Meu silêncio pode até parecer reflexo de uma rotina pacata e tranquila... Engano! Não tenho é tempo, nem espaço, para expressar o redemoinho de mudanças que estou vivendo. Entendo a angústia dos queridos amigos, daqueles que realmente me guardam no coração e sentem minha falta. Peço apenas que entendam que o momento é, sim, de retiro.

Os ventos mudaram! Sofri durante anos temendo que isso não acontecesse. Perdi a fé em muitos momentos. Deixei de acreditar nas pessoas e coloquei meu relacionamento com Deus em xeque mate. Sorte que nós (eu e Deus) tratamos disso com toda a sinceridade do mundo. Acredito inclusive ser essa a razão da mudança atual, a sinceridade. Chorei quando as lágrimas eram inevitáveis, protestei veemente quando não concordei com a vida, lutei quando decidi que desejava pra minha vida um rumo diferente do que me era imposto. Agora meu coração é só reflexão, preparo, planejamento, alegria e coragem. Tenho, enfim, a oportunidade de ajeitar as velas do barco e usar a força do vento que me impulsiona para a frente, para novos desafios.

Trago à mente a imagem de uma daquelas tempestades cinematográficas no mar, com marinheiros determinados a salvar a própria vida. Não há tempo de pensar em outra coisa qualquer. É vida ou morte! No treino de aikido ou de qualquer outra arte marcial também é assim. Você não pode ter mais nada na mente, precisa de foco total, dedicação completa e complexa. É necessário relacionar-se com o ambiente, com as pessoas, integrando movimentos e energia para alcançar seu objetivo maior. Esse princípio se aplica em qualquer área da vida, na profissional, pessoal e amorosa.

A hora é de usar toda a "teimosia" que me é característica para desenhar os caminhos do meu futuro, com segurança e clareza, sem fantasias, sem devaneios. É hora de agir. Tanto tempo de reclusão me ajudou a observar, refletir, sentir e reunir conhecimento e estabilidade emocional para colocar em prática agora. Sem esse tempo não estaria preparada. Hoje vivo paz, amor, confiança, crescimento, com todo o meu coração.

Existe risco? Sim, claro! Onde não corremos riscos? Os ventos mudam e a decisão é: ajeitar as velas ou deixar o barco afundar?

Tomei a minha decisão.

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